"Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixaram-nos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas." -Clarissa Pinkola Estés

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mentira!


Não sou hipócrita nem santa pra sair dizendo com falsos sorrisos que nunca menti. Que não minto ou que já menti mas não mentirei mais.

Minto sim. Não porque gosto. Porque algumas mentiras se fazem necessárias. Já menti pra proteger amigos, já menti pra me proteger, pra proteger a família. Já menti por vaidade, por medo, por pura vontade. Já menti pra minha mãe, pra vó, pro pai, pro Professor... Só não menti pros amigos. Isso eu posso bater no peito e dizer que não fiz. Aqueles que acham que eu fiz, não me conheciam o suficiente, não foram amigos, não o serão mais.


Não minto porque gosto. Minto porque preciso dizer algumas mentiras. Quem não precisa? Quem nunca mentiu a idade, a altura, aonde ia, aonde foi, as companhias, os horários, as pessoas. Quem?

Minto porque o mundo vive de mentiras e faço parte dele. E você, por que mente?

S.O.S

A falsidade que paira no ar que respiro tem feito-me desidratar.
O podre das pessoas tem me cativado.
O silêncio amargurado nas gargantas doídas fazem meu peito doer.
As mãos frias matam as borboletas do meu estomago.
Os sorrisos amarelados fazem minha aura enegrecer.
Os abraços distantes aumentam minha necessidade de amor, de carinho.
As palavras fáceis anulam as minhas verdades.
Os amigos fúteis destroem o meu significado de amizade.
Os olhares secos me gelam a alma.
As palavras não ditas velam meu coração que morre aos poucos.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Minha experiência na aeronáutica

Eu fui pra aeronáutica. Mas antes de ver qualquer avião na minha frente precisei passar, com milhares de pessoas, por uma prova de resistencia, algo semelhante ao exército.

No meu dia de prova, eu e mais algumas centenas fomos soltos num campo de batalhas, com tiros incessantes sobre nós, bombas sendo atiradas, não era floresta, as arvores não serviam nem de emboscada nem de proteção, elas simplesmente não existiam. Naquele imenso descampado eramos nós, os tiros e umas paredes de construção arcaica já todas destruídas.

O desespero aumentava a visão de cada corpo tombando, nunca tinhamos tocado em armas, e estávamos tombando ao som delas. Era desesperador. Encontrei uma pedra,a me salvei, salvei mais um comigo, ele foi atingido de raspão e entrou em desespero. A prova acabou, mais da metade no chão, muitos sangravam, todos choravam. Aquilo era desumano.

Meu consciente só pensava, por que aeronáutica? Você sempre gostou da marinha!

Eu segui, encontrei meu alojamento, meus supostos companheiros mortos. O quarto era só meu. Busquei meu companheiro de batalha, ele estava bem e me apresentou uns amigos dele. É sempre assim que se iniciam novas turmas, um apresenta o outro, que apresenta o outro... fechamos nossa panela, aparentemente dentro dela estavam os unicos avulsos dos novatos. Todos os outros pareciam já ter seu grupo, suas turmas, formamos a nossa!

Os treinamentos foram sofridos, abandono em lagos gigantescos, sem suprimentos, sem companhia, só você, suas pernas, seus braços e quando muito uma embarcação sem remos.

Ninguém nos ensinava a atirar, mas sempre atiravam contra nós. Diziam que era pra testar nossos instintos. Os únicos que não recebiam saraivada de tiros eram aqueles queridinhos, parece tão clichê, mas é sempre assim, sempre tem os malditos queridinhos que tripudiam sobre os outros.

Meu consciente só gritava: você sempre sonhou com a marinha, que raios você está sofrendo pela aeronáutica?

Eles não foram com a nossa cara. Justo com a nossa, justo com os avulsos eles resolveram complicar. Que saco, por que nós? Nós não fugimos, encaramos até onde pudemos, mas aquilo era torturante, nos revesávamos para dormir uma noite que já tinha poucas horas com medo de represálias. Estávamos sempre cansados, com sono, exaustos psicologicamente, estressados. Aquilo era desumano.

Resolvi ir embora, nunca quis ser piloto de avião, por que eu me sujeitei àquilo? Conversei com minha panela, eu ia dar um troco nos espertalhões. Na noite em que resolvi fugir roubei um fuzil, fui até o alojamento deles e abri fogo. Não pra matar ninguém, pra desesperar, queria-os levantando na iminência de um infarto. Queria que se sentissem desprotegidos, aterrorizados. Queria que sentissem em uma noite o que nos fizeram sentir em uma semana.

Eles saíram armados do alojamento. MALDITOS!!! Os novatos não podiam possuir armas, como eu não previ que eles teriam esse favoritismo? Me vi morta. Quais era as minhas chances? Respirei fundo, recarreguei minha arma. Agora era pra matar.

O maldito do meu consciente continuava gritando MARINHA!

Eu ali, prestes a morrer, ouço uma buzina. Os malditos tem reforços, é meu fim. Me virei, pra ver quantos eram. Nenhum. Deles nenhum. Eram meus reforços. Meus amigos de batalha. Meus companheiros de panela, armados, de carro, em pé, ali do meu lado apontando pros queridinhos. Começamos os disparos e eles correram pra se esconder. Não queríamos matar ninguém, ainda mais agora com a confusão armada. Entramos num fiesta que eu não sabia de quem era, eu não sabia nem onde estava o meu carro!

Me levaram até um esconderijo subterrâneo, o vi. Branquinho, lindo, me olhando. Entrei no meu carro, o meu primeiro companheiro, o do tiro de raspão entrou ao meu lado, ele não tinha um. Ele me perguntou se eu conseguia dirigir aquilo depois de tudo. Cada um ligou seu possante, eu liguei o meu. Graças, ele estava bem. Engatei usando todo a minha força restante e saí com meu fuscão da garagem. Pegamos a estrada com um rumo certo: sair daquele lugar horroroso.

E meu consciente ainda gritava, isso não faz sentido!

Só quando eu estava a salvo, na estrada, é que acordei....

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Aos furões, obrigada!


Àqueles que me disseram na voz mais alta: -eu vou! - E não foram, meu mais sincero e honesto obrigada.

Confesso que, inicialmente, eu fiquei muito chateada por algumas pessoas muito queridas furarem comigo exatamente no dia do meu aniversário, mas quer saber o que aconteceu? Eu valorizei muito, mas muito mais cada pessoa presente, cada um que foi soube esquentar meu coração, superando o frio dos bolos de aniversário que ganhei.
Aos furões, muito obrigada!