"Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixaram-nos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas." -Clarissa Pinkola Estés

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quando eu entrei na UNIFESP...

Em janeiro de 2011, quando cheguei na Unidade Ponta da Praia pela primeira vez, no dia da minha matrícula, conheci logo de cara 3 veteranos maravilhosos. Eles me falaram da universidade, das festas, das aulas, do curso de fisioterapia, e das greves tão recentes. TRAUMA era a melhor palavra pra descrever o sentimento da universidade em relação a greve do ano anterior, que os deixou sem férias, inclusive. Confesso que eu quase sofri uma lavagem cerebral naquele momento, "não faça greve de jeito nenhum!" "Nunca!" "Greve só atrapalha!", e coisas assim. Era um sentimento geral, não só dos 3 veteranos maravilhosos que me receberam no dia da matrícula. As semanas foram passando, e entre cozinha numa sala de aula no verão de Santos, tomar chuva pra chegar ao restaurante e até, por não, sentar no chão pra assistir aula, eu entendi o motivo das greves de 2010. E olha que graças àquela greve, os bixos de 2011 sofreram bem menos! Mesmo assim ainda tinha muita coisa a ser feita, e em apoio ao técnicos da universidade e aproveitando para reivindicar coisas para as categorias de discentes e docentes, em 2012 entramos em greve de novo. 
Mas a universidade tinha sequelas, muitos medos, muitos traumas, muitas travas, e o que era pra ser um momento de união e conquista, rachou a universidade ao meio. Pessoas maravilhosas que eu conheci em tempos de paz, simplesmente pararam de falar comigo porque meu posicionamento em relação a greve era diferente. Triste. Eu realmente gostava dessas pessoas. 

Mas a universidade não é só greve, a universidade é fazer novos amigos, é crescimento pessoal, crescimento profissional, é festejar em véspera de prova, é beber até cair, é virar noites estudando, é passar nervoso com estrutura, é tropeçar na escada, é se apaixonar por pessoas, profissões, é se apaixonar pela vida. É vida!
Além da experiência pra maioria de morar fora da casa dos pais, a cidade é diferente, as pessoas tem histórias muito diferentes e as responsabilidades são enormes. É viver como gente grande, não importa se você tem 16 ou 50 anos. 

Existem sim pessoas imaturas, existem sim pessoas atrapalhadas, existem sim pessoas desligadas, existem sim pessoas capazes de gostar de todos os tipos de pessoas. E você encontra todas elas na UNFESP - BS. 
Curtam o trote por completo!
Bixos, eu contei tudo isso pra pedir: não sofram lavagens cerebrais! Eu fui aliciada pelos 2 lados da força e só tomei partido quando tinha muito claro pra mim tudo o que tinha acontecido nos anos anteriores e tudo o que estava acontecendo no meu ano. Não sejam bixos manipulados, sejam bixos! Só isso!


Em 2011 eu conheci pessoas incríveis, que levarei pra toda vida, experiências únicas, fotos memoráveis, aprendi muito sobre a fisioterapia, descobri que não somos um curso várzea, apesar de termos menos aulas no primeiro termo, decorei a maioria das siglas que usamos (TS, IS, MAC, MTS, FBAH, DCE, NAE...), parei de me apavorar com cara feia de professor (alguns fazem mesmo) e comecei a me redescobrir. O primeiro ano é simplesmente maravilhoso!

E explorem seus veteranos, nós estamos aqui pra dar trote e pra ajudar vocês, juro que no fundo somos todos bonzinhos =)


BeijO, Dreads.