"Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixaram-nos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da Mulher Selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas." -Clarissa Pinkola Estés

sábado, 17 de novembro de 2012

Que mundo estúpido.


Mundo estúpido, as pessoas ficam guardando as coisas porque pensam demais em consequências e atrapalham a própria vida. Na hora de pensar no outro de verdade e fazer o bem não fazem.
Mundo estúpido onde amores são trocados pelo silêncio, pelo medo, pela idiotice do não ser tão querido quanto o outro é pra você.
Mundo estúpido onde as pessoas desaprendem a amar e tem medo de dizer um eu te amo verdadeiro, mas o dizem banalmente pra qualquer um.



Mundo estúpido onde pais canalhas deixam rancor nos filhos que ainda assim amam esses pais estúpidos e seguem seus exemplos.
Mundo estúpido onde mães de viram em 50 pra ajudar os filhos, que muitas vezes se sentem uma merda por não retribuir a altura.
Mundo estúpido onde o amor, o carinho, o afeto e as amizades valem cada vez menos em detrimento de qualquer outra coisa.
Mundo estúpido que tem um dia com 24 horas, noites de 12 horas e reencontros de 4 horas, que não deixam a gente abraçar o suficiente quem a gente quer.
Mundo estúpido esse que considera quem não tomou uma decisão certeira do que fazer pro resto da vida com 20 e poucos anos é considerado fracassado, quando os fracassados de verdade são os que fingem fazer o que escolherem quando na verdade o fazem em troca exclusivamente de bens materiais.
Mundo estúpido esse, habitado por pessoas estúpidas.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Passa

Quando tenho uma quebra de expectativa, geralmente me adapto e logo estou em outra. Não sou de me apegar a esse tipo de coisa, de criar expectativas enormes ou muito baixas, só faço isso com livros e notas.

Mas sempre te aquele momento na vida em que você planeja algo para o futuro, um futuro que começa próximo, 1, 2 anos a diante, mas que logo já tem traços para dali uns 20 anos... E antes que esse primeiro ano chegue: Bum! Acabou. Quebraram tudo, acabaram com seus planos, você começa do zero, sem chão nem segurança. Aquele papo de porto seguro? A manutenção não foi feita e o porto ruiu. 


Mas e aí? Acabou? Não, a vida continua, sempre continua. Você começa a planejar de novo e quando vê, aqueles planos de antes começam a se envolver com os novos. Eu sei que não é possível, nem de longe, que  os planos de antes se envolvam com os planos de hoje, mas acredito que o desejo é tão grande, que mesmo que seja para me iludir, eu me permito imaginar. E a imaginação vai longe, muito longe, a quilômetros de distância, com as melhores companhias que se é possível imaginar. 

A única coisa que fica são os apelidos, guardados num cantinho da mente e do coração, com saudades, de tempos que foram e que nunca virão.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Não sei jogar o jogo sujo da sociedade


Na minha cabeça, no meu coração, em cada célula do meu corpo, é inconcebível a ideia de maldade. A troco que de fazer mal pra alguém que nem está ciente da sua existência? A troco de que destruir uma amizade de anos usando artifícios como ciúmes e joguinhos amorosos que nunca aconteceram? 

Não sei jogar o jogo sujo da sociedade.

Não é difícil me fazer tropeçar, mas me manter no chão é impossível, eu não daria esse gostinho a ninguém, muito menos a um desconhecido.

E tomei a minha decisão, não vou espalhar ódio, raiva, rancos ou me lamuriar por muito tempo. Chorei sim, senti e sinto a dor dessa maldade sim, mas vou curtir meu luto, levantar a cabeça e seguir minha vida, vou espalhar amor no mundo. Pode me chamar de idealista, pode dizer que é utopia pura! Pois que venha o ópio da felicidade e do amor. 


Fui treinada, tenho ferramentas e as costas guardadas. Fui feita de amor e no amor me criei. Tenho luz, prezo a paz e irradio a quem me toca.

Quero que a maldade saia desse coração pesado e que você nunca sofra essa dor de traição anônima. E que você outro nunca seja traído dessa forma, nem escute de alguém importante as coisas que você me disse. Mas que ambos, o maldoso e o influenciado um dia acordem sentindo no coração a maldade que fizeram, e se arrependam até o fim da vida, sem esquecer nem um dia sequer, para que nunca mais aconteça.

"Ele me pediu pra sumir da vida dele porque gosta muito de você e supostamente eu estava atrapalhando o namoro de vocês. Nunca foi minha intenção, nunca tivemos nada além de amizade e eu sempre achei maravilhosa a forma como você deixava ele feliz. Isso não prova nada, você não tem como saber se é sincero ou não, mas estou me expondo porque é verdade. As barbaridades que falaram a repeito de mim e da maldade com você não saíram da minha boca, mas pela forma com que ele me mandou sumir, foi alguém que me conhece e falou em meu nome. Como foi pra você que mentiram eu só peço uma coisa em troca de todas as minhas lágrimas e de deixar vocês em paz: me diga quem foi. Eu não quero correr o risco de passar por isso de novo, nem quero continuar sendo amiga de alguém que mente por mim, me expõe e me causa dor. Você não é obrigada a me responder e eu entendo que uma mentira pode afetar de forma drástica uma pessoa. Mas peço que só suponha que eu esteja falando a verdade e se ponha em meu lugar... "

sábado, 10 de março de 2012

Todo mundo cresce

Hoje senti orgulho de pessoas em quem já tinha perdido a Fé.


Na postagem anterior eu contei um pouco de como as coisas tinham desandado entre os alunos da UNIFESP após a tentativa de greve do ano passado. Pois bem, criaram-se dois extremos muito fortes: um totalmente contra os movimentos que pudessem envolver qualquer tipo de luta. Outro super mega engajado e tornando um simples gesto de dar flores em mais uma forma de o machismo se expressar na sociedade. Desse emaranhado, surgiram duas formas de meio-termo, aquela que é meio termo porque consegue apoiar os dois lados, dependendo do momento e da discussão, claro (afinal ninguém está 100% do tempo certo); e aquele meio termo que não ta nem aí para o que está acontecendo.


Acontece que depois de muita luta, muitas brigas internas e muita enrolação proveniente de diversas esferas federais, nosso campus foi entregue. Brilhante, majestoso e com um ar-condicionado que já me rendeu 2 dores de garganta, mas que pelo menos me permite assistir as aulas com a pressão em ordem e sem grudar de suor na cadeira. Acontece que esse mesmo prédio magnífico que nós "ganhamos" de repente resolve jogar água pelo teto em algum estudante, a parte aberta no dia da inauguração está fechada, ainda não tem um refeitório decente, os elevadores estão desligados (cadeirantes tem aula na biblioteca por não terem como acessar a sala de aula), e no momento de manutenção externa (lavagem dos vidros) entra água pelas janelas na sala. Não quero nem pensar em dias de chuva forte como ai ser. Pelo menos não abandonaram, continua em obras e em breve todos se sentirão felizes por estar lá, eu inclusive. Aliás, já gosto demais daquele lugar.


Acontece que ele está lá, lindo! Não acho que as lutas devam parar, mas conquistamos muito com essa entrega. Mesmo que o Ministro Mercadante tenha feito discursos bonitos e blá blá blá, pra se sair bem com a entrega, a história desse campus está guardada e registrada em cada tijolo, em casa piso, azulejo, ripa de madeira, degrau de escada e tinta de parede. Tinta essa que insuflou a mais recente discussão: "colar cartazes na parede do prédio novo não pode, porque estraga a pintura." Eu QUASE concordo, não gosto que arranquem tinta de parede nenhuma, nem nova, nem velha. Acontece que sempre entram em ação aqueles dois extremos ali de cima, o que acha que as pessoas colaram de propósito pra depredar patrimônio público (Oii???) e aqueles que acham que tem mais é que colar mesmo (foram 7 anos pra entregar a porra do prédio, até pintarem de novo vão mais uns 5!) Enfim, eu no meio pensei "as pessoas não fizeram isso com essa intenção, certeza! Mas não é legal mesmo" e me manifestei exatamente assim:


"Não gosto muito de coisas coladas na parede não, mas não só por ser novo, mesmo que já fosse velhinho ia arrancar tinta igual.Tem uma galera que colou as coisas nos corrimões, achei interessante porque todo mundo vê e não arranca tinta de nada! Não creio que o pessoal imaginou que ia tirar tinta, é só trocar a fita, tem mta fita dupla face por aí que vc consegue tirar ate do papel sem rasgar. E mais murais seria interessantes também, tem aquelas divisórias enormes que da pra colocar em vários locais e tornar interativo.A gente não precisa sacrificar ninguém por causa de algo simples, mas ta interessante porque há muito tempo eu não via sugestões ao invés de apedrejamento =)"


E pra minha total surpresa, tive um feedback positivo de integrantes dos dois extremos. Ainda temos os exaltados e sempre os teremos, mas esse gesto simples de hoje me mostrou o possível começo de um novo período, de mais conversas, mais acordos, mais paz e menos acusações, rixas, menos guilhotina. Parabéns Unifespianos, pela maturidade que está sendo adquirida e pela capacidade de ouvir.







sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quando eu entrei na UNIFESP...

Em janeiro de 2011, quando cheguei na Unidade Ponta da Praia pela primeira vez, no dia da minha matrícula, conheci logo de cara 3 veteranos maravilhosos. Eles me falaram da universidade, das festas, das aulas, do curso de fisioterapia, e das greves tão recentes. TRAUMA era a melhor palavra pra descrever o sentimento da universidade em relação a greve do ano anterior, que os deixou sem férias, inclusive. Confesso que eu quase sofri uma lavagem cerebral naquele momento, "não faça greve de jeito nenhum!" "Nunca!" "Greve só atrapalha!", e coisas assim. Era um sentimento geral, não só dos 3 veteranos maravilhosos que me receberam no dia da matrícula. As semanas foram passando, e entre cozinha numa sala de aula no verão de Santos, tomar chuva pra chegar ao restaurante e até, por não, sentar no chão pra assistir aula, eu entendi o motivo das greves de 2010. E olha que graças àquela greve, os bixos de 2011 sofreram bem menos! Mesmo assim ainda tinha muita coisa a ser feita, e em apoio ao técnicos da universidade e aproveitando para reivindicar coisas para as categorias de discentes e docentes, em 2012 entramos em greve de novo. 
Mas a universidade tinha sequelas, muitos medos, muitos traumas, muitas travas, e o que era pra ser um momento de união e conquista, rachou a universidade ao meio. Pessoas maravilhosas que eu conheci em tempos de paz, simplesmente pararam de falar comigo porque meu posicionamento em relação a greve era diferente. Triste. Eu realmente gostava dessas pessoas. 

Mas a universidade não é só greve, a universidade é fazer novos amigos, é crescimento pessoal, crescimento profissional, é festejar em véspera de prova, é beber até cair, é virar noites estudando, é passar nervoso com estrutura, é tropeçar na escada, é se apaixonar por pessoas, profissões, é se apaixonar pela vida. É vida!
Além da experiência pra maioria de morar fora da casa dos pais, a cidade é diferente, as pessoas tem histórias muito diferentes e as responsabilidades são enormes. É viver como gente grande, não importa se você tem 16 ou 50 anos. 

Existem sim pessoas imaturas, existem sim pessoas atrapalhadas, existem sim pessoas desligadas, existem sim pessoas capazes de gostar de todos os tipos de pessoas. E você encontra todas elas na UNFESP - BS. 
Curtam o trote por completo!
Bixos, eu contei tudo isso pra pedir: não sofram lavagens cerebrais! Eu fui aliciada pelos 2 lados da força e só tomei partido quando tinha muito claro pra mim tudo o que tinha acontecido nos anos anteriores e tudo o que estava acontecendo no meu ano. Não sejam bixos manipulados, sejam bixos! Só isso!


Em 2011 eu conheci pessoas incríveis, que levarei pra toda vida, experiências únicas, fotos memoráveis, aprendi muito sobre a fisioterapia, descobri que não somos um curso várzea, apesar de termos menos aulas no primeiro termo, decorei a maioria das siglas que usamos (TS, IS, MAC, MTS, FBAH, DCE, NAE...), parei de me apavorar com cara feia de professor (alguns fazem mesmo) e comecei a me redescobrir. O primeiro ano é simplesmente maravilhoso!

E explorem seus veteranos, nós estamos aqui pra dar trote e pra ajudar vocês, juro que no fundo somos todos bonzinhos =)


BeijO, Dreads.