- Ô Cobrador! Ele num vai subir não?
- Não.
- Como não? por quê?
- Por que uns caras botaram fogo em dois ônibus no sábado passado.

Puta merda, pensei eu. Graças a esses caras do fogo vou chegar mais cedo em casa. Mas que merda pro pessoal que mora no fim da ladeira, no alto do morro. Me lembrei que na Pascoa, a última vez que eu tinha entrado naquela porcaria de ônibus, as ruas estavam fechadas porque o primo de um "mano" tinha sido morto por um policial, aparentemente. Ok, sinto muito pelo seu primo cara, mas caros acompanhantes, era uma sexta-feira, umas 23 horas e tanto, o motorista do ônibus foi ameaçado, nós, passageiros, fomos ameaçados, o motorista teve que dar ré com o ônibus em uma rua estreita e de mão única, manobrar em um cruzamento que era uma ladeira, e pedir pra uma passageira ensinar um caminho pra sair dali. Repito, sinto muito pelo primo do cara, mas o que raios eu tinha com aquilo? Tinha tido uma semana cansativa, trabalhando e estudando, voltando pra casa numa sexta-feira a noite e o cara me apronta uma dessas? Na semana da Pascoa ainda? Oras, tenha dó! Mas ok, aquele dia pelo menos as pessoas foram deixadas lá em cima, mais perto de casa. E hoje? Subir aquele morro a pé, 23 horas, por ruas mal iluminadas por causa de uns arruaceiros? Tenha a santa paciência. Esses caras precisam de alguém pra dar uma boa surra neles.
Protestar tudo bem. Fazer manifestações? tudo bem também. Atrapalhar a vida dos outros? Não, isso não. Os caras queimaram 2 ônibus em protesto contra a prefeitura. Pera lá! Os ônibus nem dá prefeitura são, são de cias. particulares. Além de destruir patrimônio privado eles ainda atrapalharam a vida da comunidade. E por quê? Por falta de impunidade, por não ter ninguém de autoridade que bata no peito, suba aquele morro e grite chega. Mas isso é assunto pra outro post. Fica o recado: Protestar tudo bem, desde que seus problemas não se tornem problemas alheios.
Carol, texto ótimo esse! Graça, reinvenção e inteligência. Obrigado por sua leitura de Os Dias. Em outubro sairá meu livro novo, depois de 10 anos de silêncio. Te mandarei. bjs W
ResponderExcluirInfelizmente este tipo de coisa já é padrão no nosso Brasil, concordo plenamente com sua idginação!!!
ResponderExcluirBeijo e Paz...
...Carolzinha linda!!
ResponderExcluirquanta indignação temos que
ter de sobra neste país...
é a vida!
bjinho, querida!
Discordo!
ResponderExcluirPara ser ouvid o no Brasil tem que causar insatisfação, tem que atrapalhar e tem que fazer bagunça...
Se ninguém for incomodado ninguém se mexe...
BEijo
Amo
O problema é que mesmo com esses protestos e 'bagunçando' a vida das outras pessoas, nada é resolvido! Quem sabe bater de frente pelo menos a PRIMEIRA vez(pois nunca foi feito isso) nao resolva?!
ResponderExcluirBeijos!
Este comentário foi removido pelo autor.
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ResponderExcluirTamanha indignação não é por menos. Falando do ponto de vista de um gaúcho pessimista desenfreado. Do tipinho urbano "até ali". Eu acho as grandes metrópoles onde vocês vivem uma merda onde o cotidiano é uma aventura PUNK sem certeza de se chegar em casa.
ResponderExcluirEu vivo entre o cheiro de esgoto de Pelotas e o cheiro de bosta de vaca da minha nanocidade e até me sinto feliz. Uma pena os shows internacionais que tem por aí, que eu perco, é claro. Mas um dia eu vou cavar uma grana pra ir...
Enfim, dane-se o cristo redentor, as praias, o MASP e os shoppings. Metrópoles são foda. Aglomerações urbanas não dão certo. Não dá pra resolver problemas quando são tantos surgindo ao mesmo tempo. Desse jeito somos só net-reclamões "anônimos" sem poder algum pra mudar as coisas. Ainda mais com um povo zumbi controlado por emissoras de TV.
Bom, como dizia o Raul, eu sou só um rapaz latino americano que também sabe se lamentar.
Legal o seu BLOG. Valeu por usar o desenho. Se outro servir pode pegar lá.
Até mais!
vim aqui agradecer seu carinho.
ResponderExcluirsua visita a meu blogue
voce me dá força me inunda..
sou mais feliz.
beijao...
A falta de respeito com todos nós, pagamos impostos querem o mínimo segurança, saúde e educação mas esta tudo sem controle neste país.
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